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A TV dos Muitos 25 março, 2007

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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A Direita brasileira (e parte da esquerda, a radical impotente) criou um forte lobby para rechaçar a implantação de uma rede de televisão pública e estatal pelo governo democrático de Lula. Essa gente brada que não caberia ao Estado “dirigir” os rumos da comunicação do país. Amparada no legado de intelectuais demodès, sopra o clichê acadêmico uspiano: “O público não se esgota no Estado”. Mas se trata de puro silogismo. Os sistemas público e estatal de TV são coisas distintas, segundo o artigo 223 da Constituição. O estatal divulga atos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. E o sistema público difunde conteúdos produzidos pela sociedade em canais educativos, culturais, universitários e comunitários.

A questão política é que o presidente metalúrgico é ousado demais. Primeiro, vai criar a rede de TV do Executivo, uma “Voz do Brasil” vista na telinha por quem tiver interesse e paciência. Mas essa TV não assusta ninguém. O grande incômodo da direita é com o forte apoio do governo de Mr. Da Silva à TV Pública, que será criada e modelada, a partir de abril, pelos atores da sociedade civil. Pela primeira vez na história, os movimentos culturais da periferia pobre, cineastas, músicos, artistas, jornalistas, videomakers, enfim, todo o precariado da comunicação e da cultura, passará a contar com canais de televisão, com abrangência nacional e local, geridos por eles próprios.

Com a migração para o modelo digital, esses canais serão abertos e concorrentes dos comerciais, disputando, portanto, recursos públicos e privados como já acontece em outros países democráticos. Num contexto de profusão criativa, impulsionada, em parte, pela ampliação da democratização dos instrumentos de produção (como o computador, videocam, câmeras fotográficas digitais, celulares, etc), a sociedade passa a exigir espaços comuns para abrigar suas criações, para que mais gente possa conhecê-las. E a televisão pública é uma boa solução para isso.

Publicado no Jornal A Gazeta (Vitória-ES), no dia 22/03/2007

O cordel que Gil leu 30 março, 2006

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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Segue o cordel que o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, leu na abertura do ano letivo da Escola de Comunicação da UFRJ. Adorei!

Cordel da TV Digital

Brasileiros atenção
pro que está acontecendo!
O País está vivendo
momento de decisão.
A nossa televisão
tá prestes a ser mudada,
e pode ser melhorada
se o povo se unir
e agindo exigir
TV democratizada.

Eu vou tentar explicar!
O Brasil tem que escolher
qual modelo de TV
deverá ele implantar
para digitalizar
a forma de transmissão
em nossa televisão.
Se escolhermos direito
será o passo perfeito
pra democratização.

É importante saber
que é pública a concessão
de rádio e televisão.
E se é assim por que
só tá na mão de um poder
e não nos braços do povo?
Mas pra nós sobra o estorvo
de não poder se escutar
de não poder se mostrar
porque eles cortam o novo.

Com a TV digital,
em um mesmo equipamento,
haverá recebimento
de um tal multicanal,
pois em um mesmo sinal
caberão quatro canais
que abertos e plurais
serão meios de expressão,
meios de transformação,
das misérias sociais.

Quem Internet não tem,
nem sabe o que é e-mail,
desfrutará desse meio
e outras coisas também,
pois a tal TV contém
tudo isso reunido,
bastando ser escolhido
o modelo ideal
pra inclusão social
do nosso povo oprimido.

É a chance da maioria
poder usar sua voz.
É o momento de nós
na mídia fazer poesia,
resgatar cidadania,
ecoar nossos anseios
gritar nossos aperreios
pro mundo todo escutar
e podermos transmutar
esses gritos em gorjeios.

Produção independente
ganhará devido espaço
e dará o grande passo
de enfim plantar semente
de uma programação decente,
bem mais regionalizada,
bem mais diversificada,
difusora de culturas,
livre de qualquer censura
a nada mais amarrada.

Mas essa realidade
tão sonhada por a gente
depende do presidente
reagir com mais verdade.
E nós, a sociedade,
entrar nessa discussão.
Que é nossa a televisão!
O ar, as ondas, a terra!
E só o que nos emperra
é tanta concentração.

O Governo Federal,
muito mal representado,
tem Ministro de Estado
um empresário boçal.
E a TV digital
importante instrumento
para o desenvolvimento
corre o risco de ficar
como sempre teve e tá
nas mãos de um poder nojento.

O tal ministro citado,
que se chama Hélio Costa,
de fato somente aposta
no monopólio privado,
neste empresariado
que recebeu concessão
de rádio e televisão
e quer se perpetuar
o único a mandar
na nossa programação.

Três modelos são usados
em países estrangeiros.
Falta agora o brasileiro
que já vem sendo estudado,
mas não é incentivado
pelo ministro Hélio Costa
que com uma conversa bosta
'só quer saber da imagem'
e do que trás de vantagem
o comércio de resposta.

Hélio já quer escolher
o modelo do Japão.
E nós, a população,
queremos comprender
por que não desenvolver
um modelo brasileiro
e trocar com o estrangeiro
a nossa experiência?
É preciso paciência
não pode ser tão ligeiro.

Nossa tecnologia
poderá desenvolver
um modelo de TV
que nos dê soberania,
impulsione a economia
pra benefício geral
e a política industrial
tomará um novo impulso,
mas é preciso ter pulso
pro sonho virar real

E a nossa rádio querida
um meio tão genial?
Também vai ser digital,
mas já tá sendo ferida
por decisão desmedida
que em teste colocou
um modelo de cocô
lá dos Estados Unidos
que precisa ser banido
extirpado com ardor.

O tal modelo testado
pelas grandes emissoras
parece uma vasssoura
varrendo o nosso prado
querendo-nos afastados
do espectro radiofônico,
do nosso poder biônico,
de transportar nosso tom
aos ares e a Poseidon,
num ato lírico sônico.

Nossa comunicação
tá é toda atrapalhada
as leis já não valem nada,
é grande a concentração.
Os meios de produção,
são os mesmos que transmitem,
só o que os donos permitem
já que muito é censurado
e a gente fica obrigado
A receber o que emitem

Eles querem capital,
nada mais os interessa,
e vêm com uma conversa
de que querem o bem geral.
Mas só o comercial
de fato os movimenta,
e a gente não mais aguenta
tão grande desigualdade,
tão louca sociedade,
que tanto nos atormenta.

A discussão é política,
técnica e social
e nos é fundamental
uma visão mais holística,
pois não é só estatística
é cultura, educação
e nossa legislação
tem que ser remodelada
pra ficar mais adequada
à nova situação.

É hora de acordar
pois a comunicação
é troca, é interação.
Não dá mais para ficar
da forma como está
nas mãos de uma minoria
que defende a hegemonia
de cruéis monstros Globais
que se mantêm voraz
roubando nossa fatia.

Gente, comunicação
é um direito humano!
Não é somente um cano
de passar informação.
É forma de comunhão,
forma de sobrevivência,
de expressar nossa essência,
de viver com liberdade,
com mais naturalidade
e também mais consciência.

Luciana Rabelo
Fev/2006

Gil manda ver no Helio Costa 30 março, 2006

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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Ontem o ministro da Cultura, Gilberto Gil, fez duríssimas críticas ao Helio Costa, ao ler um cordel que defendia a implantação da TV digital, mas não o "modelo do ministro", a quem acusou de ser instrumento do capital midiático nacional. O gesto de Gil foi feito na Escola de Comunicação da UFRJ, em aula inaugural da Pós-Gradução (que m… por que eu não fui!!!), e causou reação imediata do ministro.

A atitude de Gilberto Gil acabou criando uma crise com ministro Hélio Costa, que, em entrevista coletiva, retrucou as críticas cantadas pelo ministro da Cultura chamando-o de "Gilberto Vil" e de "cantorzinho-show man", que "não comparece às reuniões do Comitê de Desenvolvimento da TV digital" e "não entende nada do assunto". "Queria ver ele repetir estas palavras na frente da ministra Dilma (Rousseff)", provocou ainda Hélio Costa.(http://telaviva.com.br)

Cada vez mais me convenço que Gil é um dos grandes ministros desse governo, que faz uma revolução na cultura (destinando verba e programas para o andar de baixo), contudo, a mídia e os artistas globais odeiam-no, porque sempre mexe com os interesses deles.

jogada a toalha? 24 março, 2006

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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Gente, li a edição impressa de O Globo. Nada anormal se não fosse o anúncio de página cheia, no formato de comunicado, sobre a demora da decisão do governo sobre o modelo a ser adotado da televisão digital. Sinto que as emissoras de TV estão muito acoadas – e na mão- do presidente Lula.Elas estão criando uma idéia de que o modelo europeu vai levar ao fim da "gratuidade" da TV. Mentira deslavada. Estão com medo do modelo europeu, que possibilita a entrada das teles no mercado de audiovisual, já que a televisão será um meio interativo, logo, o acesso a internet poderá ser oferecido via TV. E as teles dominam esse mercado. Lula, macaco velho como sempre, empurra pra frente a decisão. Vai deixar é para o ano que vem. Sabe que em 2006 as emissoras fazem muita pressão política, já que elas podem interferir nas eleições, mas, em 2007, quem terá força política será ele (se vencer – I hope so – as eleições).

Repararam como o Jornal Nacional está baixando as armas contra Lula? É o desespero das emissoras. Adulam o presidente, que, por enquanto, finge que não entrou na discussão.

Ao mesmo tempo, a sociedade se organiza fortemente contra o modelo japonês. No ES, segundo o post publicado por Amanda Zambelli, no blog Polimidia, as discussões já chegaram na Assembléia Legislativa.

Acho que as emissoras vão jogar a toalha.

Embróglio televisivo 19 março, 2006

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A última notícia sobre a novela da televisão digital: Escolha de padrão de TV digital pode levar meses.PS: Enquanto as emissoras não pararem de ficar no calcanhar da (antiga) crise , o governo não vai anunciar sua predileção pelo padrão japonês.

[Dica: Folha Online]

para onde vai a televisão digital? 5 março, 2006

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Muitos viram a propaganda das emissoras de TV aberta em defesa da TV gratuita. Todos sabemos que não há almoço grátis, muito menos TV, que é paga pela publicidade e por nós, que somos obrigados a ver e ouvir os reclames.Esse anúncio, quase um teaser, demonstra a disputa política e econômica em torno dos rumos da televisão digital. Por um lado, estão os radiodifusores (com a Gloobo hegemonizando). Do outro, estão as empresas de tele comunicações (e seu forte capital). Tem um terceiro: a sociedade civil organizada. E no centro das discussões: qual é o padrão de TV digital a ser adotado no Brasil. A decisão não é técnica, é política. Como todas as decisões desse mundo.

a questão técnica, primero

É simples o que seja televisão digital. É uma tecnologia (modulação) que possibilita a compreessão digital para enviar vídeo, áudio e dados. Imagina uma brincadeira de criança. Estão lembrados daquele minhocão que a molecada passa por dentro? Nele entra sempre uma criança por vez.

Agora imagina que cada criança pese 20 quilos. Agora imagina um mágico (modulador) que chega e fala: "moleque, vc vai ficar pequeno e pesar 5 quilos! Cabum!".

Pois é… a modulação digital diminui o peso dos programas (a criança) que passam pelo canal (minhocão). E o melhor: pode fazer com que quatro programas entrem e saíam ao mesmo tempo do canal. É como quatro crianças entrassem e saíssem, uma ao lado da outra, no mesmo instante em um minhocão do mesmo tamanho. Resumo da ópera: uma emissora pode virar quatro.

o que muda então?

Essa diminuição do peso dos programas pode produzir várias transformações, depende das tecnologias que fazem isto. E aí são três tecnologias, chamadas de modelos de padrão de Tv digital. O japonês, o europeu e o americano. Parece piada, mas não é. São iguais em quase tudo: utilizam a mesma tecnologia de compressão de audio e de vídeo. O audio por exemplo vai ter o dobro de qualidade do melhor aparelho de TV atual. E os canais Os canais vão do 7 ao 70. A tela terá quase um metro de largura. Tudo isto independente do modelo a ser adotado. A questão é que eles se diferenciam no tal do middleware, que é a modulação.

O padrão americano é ruim, já descartado.

Adotado por mais de 50 países, o europeu usa a definição padrão (imagem de DVD). E privilegia a multiprogramação. São quatro crianças passando, ao mesmo tempo e do mesmo lado, no minhocão. Claro! Na Europa há muitos países. Sempre foi difícil resolver a questão da interferência. Você morava na Alemanha, mas sofria interferência dos sinais que vinham da França, dos países do Leste, da Aústria etc. Por conta disto sempre precisou ter um número reduzido de canais. Depois da televisão digital tudo mudou por lá. Isto por que foi desenvolvido uma modulação que permite, em um mesmo canal, transmitir quatro programas ao mesmo tempo. É como hoje ligássemos no canal da TV Câmara da Alemanha e pudéssemos assistir quatro programas ao mesmo tempo: uma votação no plenário, um debate em um sala qualquer, uma inquirição na CPI e uma resolução das Comissões. Sem mudar de canal. Pois bem… Além disso, há um grande ponto forte: o padrão europeu permite a interatividade. Logo, a televisão pode ser mais um instrumento de inclusão digital no país.

Já o modelo japonês permite a chamada televisão de alta definição, que se traduz numa imagem seis vezes melhor que a de DVD. Só que isto não permite a multiprogramação. É uma criança – muito gorda – passando pelo minhocão. Além disso, possibilita a recepção móvel e portátil, que garante a televisão "gratuita" via celular. Muito bom porque você poderá assistir TV no ônibus ou no carro sem imagem com chuvisco. Não tem interatividade nenhuma. Ele só é adotado… no Japão.

vamos optar por qual?

Qualquer que seja nossa decisão, teremos que adaptar o modelo à nossa realidade. O governo brasileiro há dois anos investe em pesquisa para criar inovação através de um consórcio de 20 universidade brasileiras. Houve grandes descobertas. A maior delas: o middleware paraibano, que permite televisão de alta definição com interatividade. Ou seja, é o modelo japonês com a interatividade européia. Há outras, mas vamos voltar ao tema – da escolha política do modelo.

Há uma tendência em escolher o japonês, graças a força política das grandes emissoras de TV e rádio. Com o modelo japonês (com a inovação paraibana), tudo vai ser mantido. Ou melhor a hegemonia da Rede Globo, que também vai poder oferecer acesso a internet em banda larga, vender vídeo sob demanda e entrar no mercado da telefonia (a voIP, por exemplo). Conta a favor ser 2006 um ano eleitoral. Lula quer um cobertura do pleito menos racorosa dos mídias. O ministro Hélio Costa, que se posiciona como um lobista das emissoras, defende desde julho do ano passado o modelo japonês. Sabe que ele só vai ficar até o final deste ano na pasta. Pesa contra ele o relatório técnico da CPqD, empresa que fez um estudo dos impactos dos modelos na realidade brasileira, mostrou que o japonês vai ser o mais custoso para a população.

Sem contar que, para a sociedade civil, o modelo japonês não gera a multiprogramação. Algo fundamental para ampliação da cultura e da democracia no Brasil, embora todos saibamos que fazer televisão custa muito caro e quem paga é o anunciante – algo que mesmo os movimentos sociais defendem (vide a defesa do apoio comercial que querem as rádios comunitárias). Vamos fazer televisão, mas com verbas publicitárias, dizem. Mas o mercado públicitário não é elástico suficiente para patrocinar tudo.

Para complicar, os japoneses declararam que não cobrariam os royalties por suas tecnologias. O governo brasileiro pressiona para que eles criem uma empresa de chips no Brasil. Algo que não querem.

Para complicar mais ainda, o ministro Luiz Fernando Furlan é o mais árduo inimigo do modelo japonês. Defende o europeu. Mas defende também os interesses das teles, que não têm poder político, mas um enorme poder econômico. E com o padrão do velho continente, as teles poderiam entrar no mercado de radiodifusão. Quebraria a hegemonia da Globo, possivelmente. Como diz o presidente da Vivo, a próxima meta é superar as Havainas. Ou seja, quase todo brasileiro tem uma havaina, as teles querem bater esse número em termos de vendas de celular.

Para complicar mais e mais ainda, a sociedade civil quer multiprogramação. Nem tanto interatividade. Quer que sindicatos, movimento organizados, possam produzir e dinfundir conteúdo. É democrático. É correto. Portanto, são contra o modelo japonês.

Para complicar mais, mais e mais ainda, o Congresso resolveu discutir o tema. Mas sem decidir o modelo.

O governo quer trasmitir um jogo da seleção brasileira no dia 7 de setembro. Algo espetacular. Então seria um golaço fazer a transmissão digital este ano.

Ninguém sabe o que vai ser escolhido. Se for deixado para o ano que vem, as emissoras de TV perdem. Se for este ano, elas ganham. E se ganham, ganhará o modelo japonês com ajustes brasileiros. Logo, a propaganda no ar de defesa da televisão "gratuita" faz parte de um jogo de xadrez.

De novo… a televisão digital 14 dezembro, 2005

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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Recebi um email da amiga e professora da ECO-UFRJ Ivana Bentes. Trata-se da carta aberta à sociedade brasileira sobre os rumos do debate sobre Televisão Digital no Brasil, produzido pelas associações que defendem e militam a favor da democratização da comunicação.

Sintetizando alguns elementos:

— Os jornais reduziram a potência da TV digital à melhoria na imagem. Quando, na verdade, a TV digital pode romper com a concentração de mídia, à medida que vai possibilitar que grupos e usuários tenham suas próprias TV´s, já que não será tão cara a tecnologia de transmissão de ondas.

— A televisão pode se tornar o eixo da inclusão digital. No Brasil somente 13% tem computador doméstico, enquanto 90%, TV. Ela passará a ser um computador com acesso a web. Logo, o usuário poderá ter acesso ao governo eletrônico, educação à distância, etc.

— O debate em torno da escolha do modelo (europeu, japonês, americano ou brasileiro) é falso. Investir em produzir um sistema genuinamente nacional é uma atitude provinciana, em parte. Há elementos técnicos nos outros modelos que já foram testados e têm êxito. Ao mesmo tempo que temos de qualquer jeito criar tecnologia nacional pois temos uma topografia diferente de outros países, logo, a tecnologia de transmissão de ondas tem de ser produzida por aqui mesmo. Agora a criação do modelo nacional se explica pela diminuição à dependência tecnológica e para fomentar uma indústria nacional.

— Novos sujeitos poderão produzir televisão, como sindicatos, universidades, movimentos sociais, ongs etc. Isto por conta da chamada multi-programação. Ou seja, um canal de TV poderá abarcar quatro (isso se não for adotada a alta definição). Os canais irão do canal 7 ao 69. Então é so fazer a conta e perceber a multiplicidade de canais a surgir. Isso é a porta para a democratização da comunicação.

— Os tubarões da mídia são contra o modelo nacional por diferentes motivos. Primeiro porque adotando os modelos estrangeiros, eles podem negociar direto com as grandes multinacionais da mídia, que são as proprietárias desses modelos (Sony, Phillips, Nokia, Motorolla etc). Segundo, porque temem que as teles passem a fornecer conteúdos interativos via TV digital. E aí como sabemos as teles têm muito mais grana: concorrência pode se tornar desleal. E terceiro: não querem concorrência de conteúdo com os atores sociais, como ongs e movimentos sociais.

— O ministro Hélio costa defende as grandes emissoras de TV. Em tudo. Inclusive, relega as inovações do modelo brasileiro. E já afirmou que é das emissoras que deve partir a escolha do modelo a ser adotado.

[ Saiba mais em: CRIS, ABONG, ABCOM, ABTU, CBC, FNDC ]

TV muda radicalmente depois do dia 10 6 dezembro, 2005

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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Como há muita dúvida sobre a televisão digital no país, resolvi me dedicar um pouco pelo assunto. Mas pelo fato do digital do que pela TV, que não curto muito. Li uma matéria no site da Fapesp que o modelo digital brasileiro já está definido. Já temos conceitos e protótipos. Temos equipamentos de geração, de recepção e conversão de sinais. Tudo tupiniquim. Tudo isto conseqüência de um consórcio formando pelo governo federal que congrega 106 pesquisadores. Eles entregam no próximo dia 10 a proposta brasileira de modelo de televisão digital ao governo Lula, que ja gastou R$ 50 milhões com o consórcio.

Pelo o que pesquisei, o Brasil tem uma particularidade: temos um processo de canalização que funciona em 6MHz. E os padrões de televisão digital japonês e norte-americano funcionam, respectivamente, 7 Mhz ou 8 Mhz. Logo, não tínhamos como adotar sem fazer modificações. Então o governo federal, em novembr de 2003, criou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). Missão: produzir o modelo brasileito de tv digital, o que significa produzir conceitos e equipamentos. Isto já está pronto. Após o dia 10, entramos na fase da produção industrial dos equipamentos e a sua comercialização.

O que tv digital tem de novidade? 6 dezembro, 2005

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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Entre as inovações que a televisão digital traz são:

— qualidade técnica de imagem e som:

  • a nossa tv possui cerca de 600 linhas. Pularia para 1080. Melhor do que imagem de DVD.
  • o formato da tela passaria para 16:9, próxima a do cinema. Ou seja, a tela iria se tornarmuito mais horizontal.
  • o som se ampliaria. De estereo (dois buraquinhos) para digital (seis buraquinhos – similar ao som dos equipamentos como home-theather)

— interatividade:

  • local: o usuário baixa o programa que quer assistir.
  • com "canal de retorno não dedicado": interações com redes fora da TV, como a de telefone. Tv pode virar telefone tb.
  • com "canal de retorno dedicado": transmitir e receber dados via banda larga. Desde que o usuário tenha em casa antena de recepção e transmissão de dados.

— Acessibilidade:

  • Facilidade para gravar programas.
  • Múltiplas Emissões de Programas: o usuário assiste o programa na hora que ele quiser.

O brasileiro, americano, o japonês e o europeu 6 dezembro, 2005

Posted by Fabio Malini in TV Digital.
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Não é piada, não. Trata-se dos três modelos de televisão digital que pode ser usado pelo Brasil. Por enquanto, a tendência é de descartá-los, já que o governo investiu R$ 50 milhõespara criação do nosso próprio modelo. O único país emergente a fazer isto no mundo. Contudo, tem até dia 10 de fevereiro para decidir qual padrão utilizar.

  • o modelo americano (ou ATSC): foco na televisão de alta definição (1080 linhas). Surgiu da necessidade de transformar a televisão em tela de cinema. Tem um serviço chamado de EPG. É um guia de programação, na tela, que permite o agendamento de conteúdos específicos para serem gravados por um aparelhinho chamado Digital Video Recorders conectado à TV. Vc pode tb acessar a Internet. Desvantagem: restringe a capacidade de transmissão a um só programa por canal.
  • o modelo japonês (ou ISDB): foco na televisão de alta definição e na mobilidade e na portabilidade. Foi o que teve melhor adaptação à realidade brasileira. A atratividade é a tecnologia que permite a TV ser móvel (como o celular) e portátil (que caiba no bolso).
  • o modelo europeu (ou DVB): foco na interação. A preocupação é menos a alta definição e mais na criação de serviços que permitem a interatividade do usuário. Permite a transmissão simultânea de mais de um programa por canal, permitindo uma média de 4. É padrão das tv´s por assinatura via satélite.