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Boa Seleção de podcasts 16 agosto, 2007

Posted by Fabio Malini in antropologia da rede, cultura, eventos, internet, ipod, rede.
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Vale à pena conferir um conjunto de podcasts (da IDG Now) disponibilizado no site do evento Digital Age 2.0. Um deles é o do diretor do Google Brasil, Alexandre Hohagen.

“O online está num momento de mais maturação. A chegada de companhias do Google no Brasil, e agora da Amazon no Brasil, acaba reforçando o mercado online. […] Não há mais grandes campanhas publicitárias que vão ao ar e que não pensam ações na internet. Não há ainda no Brasil um esforço de unidade entre as empresas de internet, como há no caso dos jornais, com a ANJ, e com a televisão, com a Abert. Isto seria importante para reforçar e ampliar o pedaço da torta de investimentos publicitários na internet. [ Alexandre Hohagen, diretor do Google no Brasil]

Um outro podcast bacana é com um etnógrafo da Intel, que analisa as características do brasileiro na internet:

As características do brasileiro na internet é a sociabilidade, é o se encontrar com outro, é o trabalhar em conjunto, é assim que a cultura brasilera começa se expressar no Brasil. O brasileiro reforça a amizade usando a tecnologia. A dificuldade do Ipod ser um sucesso no Brasil é porque ele reforça certas valores culturais que não são os dos brasileiros. No Brasil, tem música ao vivo nos bares. E o Ipod representa uma outra cultura, a do isolamento, da não interação com o mundo externo.

Jornalismo Cidadão é terceiro conhecimento 29 abril, 2007

Posted by Fabio Malini in Blogs, cibercultura, jornalismo, jornalismo cidadão, p2p, rede, web 2.0.
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Li dois posts sobre a questão do jornalismo-cidadão (a moda de atribuir a qualquer um a função de ser jornalista, haja visto blogs, fotologs, podcast, Ohmynews etcetera).

Os posts I e II, publicado no Intermezzo, relatam o debate sobre o tema, realizado na USP, com Ana Brambilla (vai estar aqui em Vix em maio) e Hamilton dos Santos, ambos da Editora Abril.

Gosto muito da discussão, e concordo com essa rapaziada que o jornalista é agora mais um guia do que um oráculo, já que com a evolução constante de sistemas de publicação amadora da Internet, o público entrou na farra e agora narra as suas histórias e a dos outros também.

O Henrique Antoun, gente boa demais e fodão quando o assunto é internet, diz uma coisa bacana. Para ele, certos produtos do jornalismo-cidadão (como blogs, por exemplo) se remetem aquilo que o filósofo Spinosa chama de terceiro gênero de conhecimento, como algo relacionado a um conhecimento intuitivo e sensitivo.

Num ótimo post, no seu Mediação-Mobilidade, Antoun explica isso tudo tim-tim-por-tim-tim. Para ele, não dá para pôr blogs e jornal no mesmo saco, pois o conhecimento é distinto:

As pessoas lêem e frequentam blogs procurando uma info afetiva e não uma info genérica, pura e simplesmente. Vc lê os afetos e não o conteúdo das idéias ou opiniões em um blog. Pra ler o conteúdo elas tem os jornais. O blog é lido pq eu amo ou odeio o q o blogueiro escreve, o jeitão dele escrever, o mundo próprio dele. No blog o conhecimento de terceiro gênero é + importante.

[…]

Sem querer aborrecer d+ todo mundo com filosofia; o conhecimento de primeiro gênero é o conhecimento “pelo signo”; do tipo ouvi falar, vi na novela, assisti no filme, li no livro…. Conhecimento onde a experiência não conta e o que conta é “o q todo mundo acha”, “diz”, “julga”. O conhecimento pelo signo é a principal fonte do preconceito e da superstição. É tb a principal fonte política da dominação. Hj em dia o conhecimento do primeiro gênero é o conhecimento pela mídia: jornal, tv, etc. Neste tipo de conhecimento o q conta é a autoridade: sacerdotes ou instituições. É o império dos formadores de opinião.

[…]

O conhecimento do terceiro gênero é o conhecimento que faz conceitos claros e distintos das afecções e afetos que provou. O conhecimento pelo entendimento do afeto e da afecção trazido pela idéia ao espírito. É o entendimento da alegria de seu mundo próprio e das paixões alegres; ou seja das paixões ativas e produtivas em vc.

O lance então é que o jornalismo profissional se remete a um conhecimento mais moral. O jornalismo então teria essa teleologia. É curioso que todas as formas de produção jornalística efetuada por cidadãos não-jornalistas sempre têm a mediação do jornalista. Continuam sendo um conhecimento moral.

Por isso que acho que a novidade que traz a Internet não está tanto no jornalismo-cidadão como conhecimento moral, mas no jornalismo-cidadão como conhecimento sensitivo e singular, como pensa o Antoun.

Mas isso é, para mim, ainda uma hipótese muito influenciada pelo pensamento do Antoun. Algo que preciso estudar mais. Segue uma boa discussão ativada por Ana Brambilla, via Intermezzo (que através de Beth Saad publicou a seguinte informação sobre o debate paulistano):

Ana Brambilla chama atenção para uma confusão de papéis que a onda do jornalismo participativo traz, passando por cima de conceitos fundadores. Não existem, porque não cabem, os ditos “cidadãos jornalistas”. Na verdade o que ambientes participativos estimulam é a emergência de “cidadãos-repórteres”, que executam aquela parte do processo jornalístico de reportar, relatar a realidade, trazer diferentes visões de um mesmo fato. Aqui, o cidadão pode contribuir muito, até mais que o próprio jornalista ou uma redação inteira que não tem condições de estar em todos os mundos ou dominar todas as fontes. Ali, no veículo e no blog, o jornalista e o editor, podem exercer seus papéis de forma enriquecida.

O Sistema Midiático P2P 29 abril, 2007

Posted by Fabio Malini in cibercultura, copyflet, emule, kazaa, napster, p2p, rede, torrent.
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Bom, quem é meu aluno deve estar se perguntando onde estão as minhas anotações relacionadas à última aula sobre sistema midiático p2p.

Então, segue o arquivo para ser baixado: Aula sobre Sistema Midiático P2P, por Fábio Malini

Não esqueçam que a aula foi estruturada a partir das leituras de um artigo de Michel Bauwens, A Economia Política da Produção entre Pares.

Leia também:

O Comunismo das Redes, por Fábio Malini

Sobre a defesa 2 abril, 2007

Posted by Fabio Malini in cibercultura, massa, rede, Sobre o virtual.
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Foram quatro horas de muito debate. Então, terminei a defesa da minha tese exausto. Aliás, todos da banca também. Henrique, Beppo, Ivana, Ruth e Ronaldo, estiverm ótimos e fizeram aquilo que deve ser o papel de uma banca: arguir. Dentro de uma clima de muita elegância.

Ser agora, Doutor – ainda mais o mais jovem Doutor que a ECO formou, é uma algo que vou digerindo nos meus próximos trabalhos.

Mas, tirando essa história de confete em mim mesmo, houve uma questão bastante difícil de ser respondida:

O paradigma de massa está superado ou não ?

Minha resposta virá num artigo, mas queria compartilhar a dúvida com vocês.

E, aí, o que pensar?